Segundo estudo, parques científicos e tecnológicos têm baixa representatividade de empreendoras
16/01/2020

Segundo estudo, parques científicos e tecnológicos têm baixa representatividade de empreendoras
Embora em pleno 2020, as mulheres empreendedoras ainda encontram dificuldades para exercerem suas atividades. É o que revela estudo da Administradora, Dra. Eliane Davila dos Santos. Em sua tese de doutorado intitulada "Mulheres Empreendedoras em Parques Científicos e Tecnológicos: a construção discursiva de imagens de si na Espanha e no Brasil", a pesquisadora evidencia que muitas mulheres empreendedoras ainda encontram dificuldades de serem aceitas em networkings, reuniões e em negociações de vendas.
 
A tese da Administradora, que envolveu pesquisa na Espanha e no Brasil, foi aprovada pela comissão julgadora, na Universidade Feevale, de Novo Hamburgo, no dia 26 de novembro 2019, obtendo o grau de aprovação com louvor.
 
O estudo pode ser considerado referência na temática, pois nos últimos cinco anos, no catálogo de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com a expressão de consulta "mulheres empreendedoras", foram localizadas apenas  duas teses neste banco de dados que abordam o tema.
 
Desafios
 
Em entrevistas na Espanha, a Administradora apurou que os maiores desafios para empreender estão na elevação de faturamento das empresas, uma vez que o país possui impostos elevados para empreendedores em geral. Já no Brasil, as mulheres empreendedoras apontam como desafio para empreender a dificuldade de gerir o negócio como um todo, considerando que empreender requer habilidades técnicas e de gestão.
 
Outro dado encontrado refere-se, especificamente, aos Parques Científicos e Tecnológicos. Em entrevistas na Espanha, mulheres relataram para o estudo a existência de embates relacionados à conciliação da vida pessoal e laboral, principalmente as que desejam optar pela maternidade. Segundo elas, o Parque Científico e Tecnológico da Espanha poderia ampliar a infraestrutura para atender maior número de  crianças, como por exemplo, elevar a quantidade de creches existentes.
 
No Brasil, mulheres informaram que ainda há embates para romper as barreiras culturais de um modelo ainda masculino de empreender. Também mencionam a necessidade de os parques Científicos e Tecnológicos dedicarem mais esforços para tornar o ambiente de inovação e empreendedorismo mais acolhedor às mulheres que desejassem a maternidade concomitantemente.
 
Na verdade, segundo a autora da tese, as culturas analisadas ainda evidenciaram jogos simbólicos de poder, muitas vezes implícitos nos ambientes de inovação e empreendedorismo. No entanto, afirma, é possível observar que esses obstáculos estão sendo superados pelas mulheres, embora algumas delas vivenciem essas dificuldades com maior intensidade do que outras.
 
"O importante é que as empreendedoras tomem consciência de seus desafios e de como vencê-los para que sigam como protagonistas na atividade de trabalho", destaca Administradora  Dra.Eliane Davila dos Santos.