Para eles, o trabalho dos coordenadores deve se dar em duas frentes de sensibilização ao mesmo tempo. Primeiro, mobilizar os alunos de forma que estes entendam que a faculdade é seu sobrenome no mercado e que o ENADE é para avaliar a instituição e não eles e, segundo, despertar nos professores a consciência de que eles são o principal agente entre os coordenadores e os estudantes e, por isso, devem ser responsáveis e comprometidos. “Os coordenadores têm de mostrar para o aluno que a prova tem valor”, disse Galindo.
A coordenadora das Faculdades Dom Bosco, Aurélia Adriana de Melo, considera que o processo de avaliação é sempre válido, porque visa a qualificação profissional do estudante e da instituição. “Precisamos tentar perceber o processo de avaliação também como um processo de aprendizado. O ENADE é um instrumento importante de diagnóstico e as IES deveriam vê-lo como uma forma de melhoramento dos seus projetos pedagógicos”, afirma. O coordenador do curso de Administração da Universidade Católica de Pelotas, Eloi Tramontin, que também é Conselheiro do CRA/RS, concorda: “O SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) é válido. Qualquer sistema que faça uma avaliação comparativa no mercado é importante, pois o resultado é qualificação”. A ressalva de Tramontin é quanto a divulgação das avaliações. “Os resultados deveriam ser para o futuro. A velocidade das mudanças no SINAES é maior que a capacidade de adaptação das faculdades”, avalia.
O ENADE faz parte da política de avaliação do ensino superior do governo federal e é realizado a cada três anos, com efeitos para todas as instituições de ensino superior e até mesmo para a imagem dos profissionais de cada carreira.