Esse artigo é uma homenagem às comemorações do dia 9 de setembro que é o dia do administrador em 2013. Ele versa sobre o gestor que adota a estratégia como técnica para dirigir uma empresa. Mesmo que a empresa não tenha uma estratégia ou mesmo que já teve uma, mas interrompeu a sua implementação, cabe ao administrador juntar os objetivos dos dirigentes ou juntar o que sobrou da antiga e tornar a visão da diretoria um plano de ação organizado.
Nem sempre os dirigentes e donos das empresas sabem construir uma estratégia e colocá-la no papel para que ela sirva de uma direção. Mas já basta que ela esteja na cabeça do diretor para que possamos construir um conjunto de ações para decidir sobre como maximixar à alocação dos recursos disponíveis e manter um foco. Por isso, cabe ao administrador, contratado para assumir algum cargo dentro da estrutura organizacional, compreender e aprender quais são os objetivos do sócio e orientar a empresa para atingir esse desejo. É assim que um setor financeiro, de produção, RH, marketing pode ser estratégico.
O ideal é que os sócios e os componentes da diretoria sejam formados em administração, mas, por falta dessa formação, é o gestor quem deve organizar o processo para conduzir a empresa a atingir as metas. Em primeiro lugar fazer a análise da viabilidade dos objetivos que o dirigente pretende alcançar. Decidir se as capacidades da empresa são compatíveis com o que é desejado. Algumas vezes a diretoria quer obter um aumento de 50% nas vendas em um ano. É um objetivo ousado, mas que depende de recursos, processos e valores para que isso se torne viável. E a grande visão dos dirigentes se torna um fracasso. Coloca-se a culpa na crise, na falta de vontade dos gerentes e funcionários. Mas ninguém teve coragem de dizer que não é de qualquer maneira que se cria um planejamento. Não se pode viver de utopias e devaneios. Não é o caso do administrador se colocar como “advogado do diabo”. Mas sim devemos mostrar que somos técnicos e agimos com ferramentas de gestão.
Para chegar aos 50% temos que dividir a meta em etapas. Inicialmente, aumentar a produção e as vendas em 10%, para numa segunda etapa aumentar em mais 15% e avaliar o momento que a empresa tenha conseguido que todas as capacidades estejam reforçadas para que numa fase final se possa atingir uma meta tão grande. Considerar também que existem os fatores externos à empresa compostos do mercado e do extramercado, isto é, que existem os rivais e que as circunstâncias são possíveis de interferir na estratégia.
Considerando que o administrador consiga chegar a um consenso com os dirigentes de criar um planejamento para atingir uma meta exequível, cabe ao gestor instruir a empresa a ajustar as capacidades –recursos, processos e valores- ao plano de ação para que a empresa atinja o objetivo nos prazos previstos. A diretoria deve apresentar aos setores o orçamento e seu plano de desembolso para o projeto. Mas também cabe a diretoria: Ensinar a todos os setores de atividades como a empresa deverá executar o plano de ação e o qual será a função e a meta de cada um. Quais os produtos e quantidades com que a empresa pretende atingir esses objetivos, em que mercados irá se expandir, com que força de vendas e quais os números que deverão ser atingidos por cada um. Assim todos irão saber quanto deverão contribuir com resultados no tempo previsto.
São essas algumas das funções do administrador. Ajudar ao empreendedor a realizar a sua visão através de uma estratégia de forma ordenada, sendo: A sua criação com um planejamento, um orçamento, um conjunto de metas viáveis com base nas capacidades. Nem sempre os gerentes dos setores compreendem a sua função dentro das organizações e algumas dessas atividades necessitem aprender como contribuir para a gestão estratégica.
Não basta que as pessoas contratadas estejam trabalhando certo, mas sim que todos saibam por que foram contratados e por que estão se esforçando para atingir o objetivo da diretoria. Terão que aprender o valor de, ao atingir a meta, a nova posição da empresa no mercado pode lhe dar um ganho de vantagem competitiva sobre seus rivais. A empresa ganha mais valor vindo do produto competitivo, ou ganhos por que as equipes estejam desempenhando processos com agilidade e pode vir também pela conquista do reconhecimento pelo cliente que a empresa tem uma entrega de valor. E aprender como que esse valor possa ser difícil de ser copiado pelos rivais.
Com a experiência adquirida nesse plano de ação e com uma equipe preparada para outros desafios, será possível a empresa criar outros objetivos mais ousados e impor aos rivais sua liderança setorial. Quanto à lucratividade, poderá optar por manter a produção em escala elevada com um preço estratégico ou adotar um preço prêmio e se apropriar do valor criado para se capitalizar para os futuros projetos.
Aí eu faço a avaliação do valor do administrador brasileiro de hoje em relação ao que foi no início da nossa profissão há mais de 40 anos. Naquela época chegávamos às empresas para ocupar o espaço que os profissionais de outras áreas exerciam naquele momento. Os livros sobre administração eram em sua maioria de autores estrangeiros. Também os MBA, Pós Graduação, Mestrado e Doutorado eram feitos no exterior.
Caro colega administrador. Vamos criar valor para as empresas através de nosso conhecimento e assim valorizar a nossa profissão. Comemore no seu CRA o dia do administrador. Vá a um evento numa faculdade. Participe.