O cenário mundial está repleto de perspectivas e oportunidades para os bons empreendedores. Produtos e companhias inovadoras, como Apple, Toyota, Google, para citar algumas, se revezam na mídia. Empresas que se reinventam e passam a atuar em novos mercados ou nichos até então desconhecidos interferem e mudam as nossas vidas. A ousadia chega ao ponto de se transportar estruturas inteiras em busca de pessoas com o perfil necessário para atender os clientes, vislumbrando também menores custos – caso da Zappos, uma divisão da Amazon que comercializa artigos de vestuário e calçados pela internet, e que tempos atrás transferiu sua sede de San Francisco para Las Vegas.
O Brasil também tem belos exemplos de empreendimentos inovadores e bem sucedidos, embora tenhamos nos deparado com dificuldades internas ainda longe de serem debeladas, ante a carência de medidas de longo prazo. Maiores investimentos em infraestrutura e educação, por exemplo, são urgentes. O mesmo pode-se dizer em relação ao aparelhamento do judiciário, de modo a proporcionar maior celeridade na tramitação dos processos e consequentemente maior segurança jurídica. De outra parte, temos também um intrincado sistema legal a simplificar e modernizar que, nas circunstâncias atuais, agravam sobremaneira os nossos já consideráveis entraves burocráticos.
Frente a este cenário, como fazer para minimizar riscos no momento de decidir sobre uma nova fábrica, sobre a contratação ou terceirização de pessoas e serviços, sobre a ampliação do negócio?
As empresas vêm fazendo sua parte, assumindo custos para qualificação de mão-de-obra, contribuindo com estudos de futuros profissionais ainda nos bancos escolares, como parte de programas de responsabilidade social. Complementam a formação de seus colaboradores, com cursos de especialização, dentre outros, no caso de carreiras promissoras e funções estratégicas. Concedem planos de benefícios, que antes eram oferecidos como diferenciais, e hoje já são praticamente indispensáveis, pois de modo geral suprem carências que deveriam ser cobertas pelos serviços públicos.
Para que possamos alcançar um círculo virtuoso, os governantes precisam ir além dos programas de desonerações pontuais, da política de juros e câmbio. O país precisa encarar e implementar as reformas necessárias e reduzir drasticamente os gastos públicos. Remover obstáculos, atacando por exemplo os problemas de infraestrutura e qualificação de mão-de-obra, gerando condições para um crescimento sustentável, com uma política econômica e fiscal equilibrada, que contemple o longo prazo, proporcionando assim maior confiança e segurança para investidores internos e externos.