O objetivo principal deste texto é entender a relevância do processo disruptivo no ensino e aprendizagem da Administração, cuja profissão foi regulamentada no Brasil através da Lei 4.769 de 9 de setembro de 1965. Nesses 53 anos, a profissão, o mercado e a formação educacional do administrador passaram por transformações, levando a uma busca maior por profissionais qualificados e preparados para o século XXI: um transformador disruptivo de inovação, conhecimento e versatilidade, tem contribuído para esse processo, uma nova visão global de raciocínio e diferentes realidades com novos modelos mentais no ensino e aprendizagem da administração.
Ensino e aprendizagem compreendem um conjunto de ações que envolvem pessoas técnicas e instrumentos. Seu objetivo é a construção de conhecimento para aqueles profissionais que não há dominam. Portanto, pensar o processo de ensino e aprendizagem está além de discorrer os indivíduos como repositórios de informação, mas de exigir além de ideias e experiências das bases estáticas centradas no Professor de Administração.
Por conseguinte, o administrador é um tomador de decisões com intuito de realizar ações de planejamento, organização, direção e controle da aplicação dos recursos organizacionais de forma eficaz e eficiente. A Administração é considerada uma ciência social, pois está baseada nas observações e experimentos, não em presunções. Primeiramente, observa-se a precisão do acontecimento através dos eventos e, posteriormente, os estabelece, recebendo influências de outras ciências como Psicologia, Filosofia, Sociologia, Economia, Direito, Política e Matemática.
O Administrador participa efetivamente na formação humanística, para obter o conhecimento para trabalhar com as pessoas e as equipes multidisciplinares, na busca de resultados comuns; e visão global para identificar, compreender e agir nas complexidades sociais, política, econômica, tecnológica e cultural em que as empresas atuam, interações que ligam as pessoas nos grupos, associações e instituições. No entanto, a administração é considerada uma arte pois proporciona ao administrador alcançar os resultados esperados, participando efetivamente das habilidades de relacionamento com às pessoas, ou seja, comportamentais e conceituais, de trabalhar competências que estão relacionadas ao conhecimento, atitude e motivação.
A administração é o único curso que proporciona uma formação generalista. Visando promover a compreensão em diversas áreas do conhecimento, permite variadas possibilidades, inclusive às especialidades. Destaca-se em um ambiente multidisciplinar, fomentando a criatividade e inovações cada vez mais disruptivas.
Ainda que a palavra disrupção não soe como um termo que se aproxima ao cotidiano de alunos e professores e, em consequência, com o campo da Educação, traz discussões oportunas de conceito, de características identificadas, de novos modelos educacionais que emergem das lacunas não atendidas pelos modelos tradicionais e que não devem ser ignoradas.
Talvez a discussão principal não seja sobre o estabelecimento se os modelos educacionais tradicionais, utilizados há anos, são piores ou melhores aos modelos emergentes, mas fornecer reflexões e subsídios acerca de movimentos educacionais que estão surgindo com intuito de corroborar ou até propor modificações substanciais e convergentes ao atual contexto da educação da Administração no Brasil.
A disrupção é um movimento que transforma e modifica o status quo. Têm como características, a alteração do que antes era inacessível em acessível, do que era complicado em conveniente e mais simples e daquilo que exigia um grande esforço no gerenciamento em algo mais sustentável economicamente. Diferentemente do que ocorre em mercados de produtos e serviços, a disrupção na área da educação dos temas da Administração tende a ser afetada de forma menos acelerada, pois as rupturas advindas desse movimento sofrem, por enquanto, menores impactos, possivelmente por conta da regulação governamental das políticas educacionais e dos receios e anseios dos profissionais da educação de que seja apenas um modismo estruturado.
Uma vinculação importante que se faz da disrupção na educação dos temas da Administração é a do uso das tecnologias. Em harmonia com o fluxo e os projetos de implantação das organizações empresariais, as tecnologias foram amplamente disseminadas com o intuito de instrumentalizar as escolas, em benefício do desenvolvimento educacional. É bem verdade, que as escolas simplesmente adaptaram as novas tecnologias (como os computadores, tablets e lousas eletrônicas) em suas estruturas já pré-concebidas, ao invés de consentir que a tecnologia então disruptiva, se enraizasse como um novo modelo e permitisse a se desenvolver e a mudar o jeito na qual sempre operaram.
As instituições educacionais têm se mostrado menos reticentes quanto ao uso de recursos tecnológicos. Porém, as barreiras que interferem ainda na apropriação de fato são as precárias infraestruturas físicas existentes e a falta de fluência tecnológica dos professores e profissionais ligados à educação dos temas da Administração.
Estimular os estudantes tem se mostrado como um desafio aos sistemas educacionais atuais, ainda mais quando se fala em engajamento e participação deles na construção intelectual da sua vida escolar. A disrupção e as tecnologias educacionais devem ser utilizadas de forma centrada no aluno e que estabeleça academicamente e profissionalmente algum sentido para eles. Talvez dessa forma, possa se pensar em modelos disruptivos que promovam um verdadeiro desenvolvimento da educação dos temas da Administração.