As mudanças sociais típicas da sociedade contemporânea exigem um novo modelo de participação das organizações no processo de desenvolvimento da sociedade, seja para assegurar sua própria sobrevivência, seja para cumprir o papel social que lhes cabe.
É importante que as empresas busquem novas formas de trabalho, a fim de que possam acompanhar a evolução mundial e realizar com sucesso a sua efetiva inserção em um contexto abrangente e complexo, produzindo relações construtivas, produtivas e sustentáveis.
Também, é importante lançar mão de novas formas de trabalho, como por exemplo, em rede. Jarillo (1993) caracteriza a sistemática de redes como um sistema organizado naturalmente, ao afirmar que “toda a empresa é, pelo menos, parcialmente integrada”. Apresenta redes através do conceito de organização no modelo híbrido. As "redes estratégicas" incorporam os fenômenos de cooperar e competir como arranjos relacionados com organizações que almejam ganhos ou sustento de uma vantagem competitiva diante dos competidores externos.
Especificamente, buscando elencar argumentos para responder às questões "por que cooperar e benefícios em cooperar", segundo Dacin and Reid (2008), do ponto de vista da racionalidade econômica, os atores envolvidos terão ganhos que, individualmente, não teriam, como novos conhecimentos, competências. Outros objetivos estratégicos podem ser definidos como acesso a recursos financeiros, subsídios governamentais, empregados competentes, novas linhas de produtos e serviços, entre outros.
Com relação especificamente, às desvantagens em participar de uma rede de cooperação, segundo Johnsen et al, 2008, o termo "parceria" tem sido criticado devido ao risco para o fornecedor de que o cliente possa ter uma posição de força superior na relação, através da criação de dependência. Sendo assim, apresentam as limitações, armadilhas das cadeias de suprimentos, chamadas de vantage point syndrome. Os autores abordam as relações de fornecimento ou partnerships, apresentando alguns aspectos negativos, como por exemplo, a excessiva dependência e exploração de poder que pode existir na relação.
Provan and Kenis (2007) colocam que a governança da rede através da liderança da organização, muitas vezes, ocorre verticalmente, por exemplo, há um único e poderoso ator e várias, mais fracas e menores empresas beneficiárias dos recursos. Neste caso, as principais atividades e decisões da rede são coordenadas por um membro, agindo como líder da organização. Assim, a governança da rede torna-se altamente centralizada e concentrada, com um poder assimétrico. Realmente, uma gestão centralizada não é capaz de responder totalmente às tensões práticas, à rápida concorrência, às ameaças ambientais ou às oportunidades.
Entende-se que é importante, pois, que haja o aprimoramento de habilidades gerenciais nas redes. Habilidade para redução de conflitos internos, para atender a demanda de múltiplos atores, habilidade para colocar em prática novas estratégias de gestão, para estabelecer estruturas flexíveis e adaptáveis aos processos que fazem parte das redes de cooperação.