Foi realizado no fim da tarde de sexta-feira (06) o último painel do XVIII Fórum Internacional de Administração no Master Hotel, em Gramado. O tema foi a Gestão de Agronegócios. As painelistas foram a Admª. Cintia Lee Martínez Megget e Olga Titovna Ergunova. O moderador foi o Adm. Alex Sandro Richter Won Mühlen, vice-presidente do CRA-MS.
Professora associada na Escola Superior de Gestão da Produção da Universidade Politécnica de São Petersburgo, a russa Olga Titovna Ergunova falou sobre a transformação digital da agricultura nos países do BRICS. Ela elogiou o Brasil. “Quando cheguei aqui, me apaixonei. A hospitalidade é incrível, as pessoas são lindas”, disse.
A russa contou que o objetivo da pesquisa é elucidar o potencial de digitalização dos mercados agrícolas nos países do BRICS. Olga detalhou a evolução da origem do termo “Agricultura 4.0.” a partir de hipóteses e critérios de mercado, além das principais tendências macroeconômicas e tecnológicas dos próximos 10 anos.
Alguns dos motivos da mudança em andamento do Foodnet são a mudança na estrutura de emprego da população, o aumento da expectativa de vida em virtude do crescimento populacional, os riscos geopolíticos e econômicos devido a conflitos e as rápidas mudanças tecnológicas.
Olga apresentou estudos, gráficos e estatísticas das estruturas de importação e exportação de alguns países membros do BRICS. A transformação digital da agricultura foi dividida em três estágios: a primeira entre 2000 e 2010, a segunda entre 2011 e 2018 e a terceira entre 2019 e 2024.
A painelista elencou as principais áreas de digitalização da agricultura. Startups e scaleups trabalham em soluções tecnológicas para beneficiar os agricultores, automatizando as operações agrícolas e melhorando a produtividade. A tendência mais predominante é a da internet das coisas, que permite aos agricultores monitorar melhor as necessidades de culturas e animais individuais
A automação em irrigação, máquinas agrícolas e colheita facilita ainda mais as operações agrícolas, minimizando perdas. Os drones economizam tempo gasto na exploração de culturas. “Os países do BRICS estão enfrentando uma necessidade urgente de digitalizar seu setor agrícola devido a, principalmente, questões geopolíticas”, concluiu. Ela também agradeceu o Brasil pela hospitalidade. “Levo um pouco do Brasil no meu coração”, disse.
Com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, em Inovação, Negócios e Empreendedorismo e em Gestão da Inovação, a uruguaia Cintia Lee Martínez Megget apresentou o tema “Entre Grandes Horizontes e Pequenos Detalhes: Uma Jornada no Agronegócio Brasil-Uruguai”.
Ela explicou o propósito de sua vivência no agronegócio: “atuar em grandes empresas do Agro e empreender em pequenos negócios familiares”, explicou. Segundo Cintia, o Uruguai apresenta uma combinação única de atributos: confiabilidade e certeza, facilidade para fazer negócios, talento e qualidade de vida.
Os lugares para os quais o Uruguai mais exporta são China, Brasil, Europa, EUA e Argentina. Cintia apresentou as diferenças nas tendências do Agro entre Brasil e Uruguai. Algumas características brasileiras são a agricultura de precisão, sustentabilidade e rastreabilidade. Já os uruguaios têm a predominância da diversificação de mercados, tecnologias sustentáveis e produtos premium.
A uruguaia apresentou alguns cases, como por exemplo a vinícola Pueblo Pampeiro, onde é empreendedora com sede no Brasil, que também trabalha com cavalos. “Mudar de país e ir morar no campo é expandir horizontes e aprender a adaptar a inovação à tradição empreendendo com foco nos detalhes”, explicou.
Os maiores desafios enfrentados são a sustentabilidade, o uso da tecnologia e a integração global. “Os desafios são comuns, mas a forma como cada um os enfrenta é o que faz a diferença”, respondeu.
Cintia acredita que os caminhos futuros são o foco em boas práticas agrícolas, o uso de tecnologias acessíveis e o fortalecimento de redes entre grandes e pequenos negócios. “A inovação no agronegócio nasce da colaboração e do olhar para o futuro. Entre a grandiosidade dos horizontes e os detalhes do cotidiano, o futuro do agronegócio se constrói com coragem, inovação e um profundo respeito pelas raízes que nos sustentam”, concluiu.
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