Já viu aquela frase pendurada em bares, minimercados e botecos: "Fiado só amanhã"? É exatamente o mesmo sentimento que tenho em relação ao título deste artigo. Quando chegará a nossa vez? Por que nosso futuro parece cada vez mais distante? Onde está a solução para encurtarmos essa distância?
Atualmente, o Brasil oferece diversos benefícios para a população mais carente, como o Bolsa Família, cujo objetivo é desenvolver a cidadania e não apenas promover o assistencialismo. Mas você sabe qual a diferença entre esses dois conceitos?
Assistencialismo refere-se ao alívio imediato de necessidades básicas, como comida, abrigo ou dinheiro, sem necessariamente promover a autonomia dos beneficiários a longo prazo. Já a cidadania está ligada ao acesso a direitos fundamentais, como educação, saúde, trabalho e moradia, promovendo a inclusão social e a autonomia dos cidadãos.
Agora que entendemos essa diferença, fica claro que a autonomia deveria ser o objetivo final. Ou seja, os auxílios deveriam diminuir à medida que os cidadãos se tornam mais autossuficientes. Contudo, a realidade parece ser outra. E não, eu não sou contra os benefícios sociais. Pelo contrário, sou a favor, desde que sejam usados de forma adequada.
Um exemplo claro é o seguro-desemprego. É um ótimo auxílio em momentos de necessidade, mas será que é sempre utilizado da melhor maneira? Quantas pessoas conhecemos que aguardam pacientemente o momento de serem demitidas só para garantir o benefício? Ou aquelas que forçam sua demissão para "não perder seus direitos"? Isso realmente desenvolve cidadãos ou "cidadões"?
Este contexto nos leva ao recente caso envolvendo o Bolsa Família e as apostas online, também conhecidas como bets. Parte dos recursos de um benefício criado para garantir a sobrevivência de milhões de brasileiros foi parar nas mãos de plataformas de apostas. Segundo fontes recentes, cerca de R$ 3 bilhões foram enviados para esses sites por 5 milhões de beneficiários via Pix, apenas em agosto de 2024.