Cidades inteligentes é assunto de painel no XVIII FIA
06/12/2024

Cidades inteligentes é assunto de painel no XVIII FIA

Aconteceu no final da manhã de sexta-feira (06) o painel Smart Cities no XVIII Fórum Internacional de Administração no Master Hotel, em Gramado. Os painelistas foram Júlia Schütt, Laura Castillo e Márcio Canedo. A moderação foi de Ana Cristina Fachinelli e do Adm. Rafael Perini.

Diretora do Departamento de Inclusão Econômica da cidade de Cincinnati (EUA), onde trabalha para promover oportunidades econômicas e inclusão para todos os cidadãos interessados em fazer negócios com a cidade, a americana Laura Castillo apresentou um estudo sobre o impulsionamento do impacto local, alavancando a inclusão e a inovação para o crescimento econômico.

“Nosso foco é no crescimento econômico, liderando iniciativas em inclusão econômica e apoio a negócios locais”, afirmou. A maior ênfase é em estabelecimentos liderados por mulheres, minorias e pequenos negócios.

As funções-chave são certificações, metas de inclusão, análises de aquisições e compliance. Laura apresentou o estudo de disparidade da cidade de Cincinnati lançado em 2023, que fez análises da cidade entre 2016 e 2020. “O objetivo é garantir que os nossos programas de inclusão estejam adaptados aos dados de disparidade atuais”, explicou.

Laura apresentou números que mostram o sucesso da iniciativa até aqui: em cinco anos, a cidade arrecadou quatro vezes mais. “O projeto vai durar dez anos em um trabalho consistente. Nós podemos investir na comunidade”, disse.

Por fim, a americana explicou como Cincinnati está criando uma pipeline: construindo uma força de trabalho diversificada em Green Jobs por meio de programas de aprendizagem, crescimento de negócios locais em infraestrutura sustentável, aproveitando o financiamento federal, aumentando a sustentabilidade, apoiando as empresas locais na construção e mantendo os empregos para a população.

Promotora de Justiça no Ministério Público do Rio Grande do Sul, Júlia Schütt falou sobre o sandbox regulatório como instrumento a smart cities, apresentando o exemplo de Foz do Iguaçu/PR. “O que nos fez chegar até aqui não vai nos fazer continuar. Precisamos continuar buscando soluções”, ressaltou.

Júlia explicou como o governo acompanha a inovação sem ceifar o empreendedorismo. As inovações são capazes de gerar novos modelos de negócios que demandam a regulamentação em razão dos impactos à sociedade. “Não devemos confundir regulamentação com burocracia. A regulamentação não é ruim, o problema são as normas desatualizadas para enfrentar questões atuais. Ela não pode engessar a evolução”, destacou.

É nesse contexto que entra o sandbox regulatório. “Ela visa à adequação das regras a nova realidade imposta por essas empresas, possibilitando que regras sejam testadas em pequenos grupos antes que tenham alcance geral”, explicou.

Uma das vantagens do sandbox é reduzir barreiras regulatórias à entrada de agentes econômicos e à introdução de novas tecnologias no mercado regulado, estimulando a competição e a produtividade. Júlia explicou a aplicação do conceito em Foz do Iguaçu através do programa Vila A Inteligente, onde o bairro se tornou um espaço de experimentação para validação técnica e tecnológica, com a atuação de empresas privadas de tecnologia.

Para Júlia, o diálogo é necessário em virtude da crescente inserção de novas tecnologias da informação, comunicação e a internet das coisas no nosso dia a dia. “É imprescindível que se ouça a sociedade. Uma cidade inteligente quer aproveitar o potencial da tecnologia para encontrar respostas para as necessidades mais importantes da sociedade”, completou.

Formado em Relações Internacionais e Direito pela UnB e Mestre em Ciência Política pelo IUPERJ, Márcio Canedo falou sobre  as plataformas digitais de negociação e oportunidades de compra direta de inovação em Smart Cities. Ele apresentou os serviços do IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia) em informação tecnológica para o setor produtivo, como por exemplo o SBRT  (Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas), o Mais Turismo Brasil e o ACV (Avaliação do Ciclo de Vida), que é uma técnica desenvolvida para mensuração dos possíveis impactos ambientais causados como resultado da fabricação e utilização de determinado produto ou serviço.

O LIS é o Laboratório de Informação para a Sustentabilidade, que tem o propósito de contribuir para a tomada de decisão baseada em evidências em prol do desenvolvimento sustentável e da ciência no país. 

O EEN (Enterprise Europe Network) é um programa da União Europeia que promove o crescimento e a internacionalização de pequenos e médios negócios. Os serviços oferecidos por meio da rede são gratuitos e apoiam a inovação, internacionalização de empresas e a transferência de tecnologia. No Brasil, a rede é gerenciada pelo IBICT, em parceria com a Assespro e Enrich Lac – consórcio formado por 10 membros.

Márcio também apresentou programas e pesquisas sobre cidades inteligentes conduzidos e apoiados pelo IBICT, como o Brasília 2060 e o Projeto de Pesquisa CHICS.

Dividido em duas etapas, o projeto CHICS tem o objetivo de desenvolver uma plataforma digital de negociação para aquisição direta de inovação por governos municipais e estaduais (startups, pequenas e médias empresas), além de um banco de dados sobre oportunidades de demandas públicas de inovação. 

Um dos programas do CHICS apoiado pelo IBICT é o Smart City Expo Curitiba, que reúne especialistas de todas as áreas para compartilhar ideias e soluções sobre como criar um futuro melhor e mais sustentável para as cidades e seus cidadãos.

Confira a programação completa do XVIII FIA no link abaixo:

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