Eleito no final de 2020, o Administrador Luiz Klippert foi empossado como vice-presidente de fiscalização e registro do Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul (CRA-RS) em janeiro deste ano. Em entrevista, Klippert fala sobre as ações que pretende desenvolver na função, avaliando o que já foi realizado e a marca que deseja construir na sua gestão.
Confira:
Você acaba de ser empossado vice-presidente de fiscalização e registro do CRA-RS. Quais os seus principais desafios e metas?
Foi uma grande honra ter sido eleito pela nossa classe para representá-la, em dezembro do ano passado. Creio que os dois maiores desafios que teremos de enfrentar em 2021 são como aumentar o número de profissionais registrados em plena crise econômica e como garantir que, apesar de todas as restrições impostas pela pandemia, a fiscalização seja cada vez mais atuante e efetiva.
Temos algumas metas que podem parecer ousadas, mas em momentos de crise é preciso criar, inovar e ousar. Quem não estiver disposto a isso corre o risco de desaparecer. Essa é uma regra que vale tanto para iniciativa privada quanto para o setor público. Assim, vamos trabalhar para reduzir os pedidos de cancelamento, preservando as áreas privativas dos nossos profissionais e empresas e incentivando a empregabilidade dos tecnólogos e Administradores por meio da abertura de novos campos de atuação, como é o caso da perícia judicial.
É nossa meta também incrementar significativamente o número de novos registros, aproximando o CRA-RS das Instituições de Ensino Superior, com a realização de palestras, e tendo uma forte presença nas formaturas. Além disso, queremos expandir e fortalecer a fiscalização em todo o Rio Grande do Sul, contratando novos fiscais através do concurso público que já está em andamento e, principalmente, utilizando ferramentas de inteligência e sistemas de informação que permitam uma maior assertividade da ação fiscalizatória.
Qual o principal papel e atribuições dessa vice-presidência?
O Sistema CFA/CRAs existe para registrar os profissionais e empresas, fiscalizar o exercício profissional e promover a ciência da Administração. Portanto, o vice-presidente de fiscalização e registro é diretamente responsável por dois dos três eixos básicos de atuação do Conselho, em conjunto com a Câmara de Fiscalização e da Câmara de Registro, presididas pelos Administradores Lucas Leon Rubinger Junior e Nadir Becker, respectivamente. Além de elaborar e fazer cumprir o plano de ação da fiscalização e registro, cabe à vice-presidência analisar, relatar e deliberar sobre os processos de registro e cancelamento das empresas, além de orientar o trabalho das câmaras permanentes do CRA-RS.
Embora seja atribuição do Conselho punir os maus profissionais, entendo que o principal papel da fiscalização é inibir a prática delituosa por meio da conscientização e da orientação. Devemos recorrer à multa apenas como um último recurso, a ser aplicado contra aqueles que insistem em desrespeitar a lei, praticando atos prejudiciais ao conjunto da sociedade. E é justamente para defender essa sociedade das irregularidades cometidas por empresas ilegais e por profissionais inabilitados que os Administradores e tecnólogos gaúchos depositaram em nós o seu voto. É nossa obrigação honrar esta confiança.
Como avalias as ações realizadas pela pasta nos últimos anos?
Nos últimos quatro anos verificou-se um grande avanço na produtividade do setor de fiscalização e registro, com um aumento substancial na quantidade de processos julgados. Também tivemos importantes vitórias no Judiciário, garantindo que cargos de gestão devem ser ocupados por profissionais da Administração. Casos como o da direção do Trensurb foram emblemáticos e tiveram grande repercussão, fortalecendo a posição dos Administradores frente a outros profissionais.
Claro que também houveram dificuldades em outros aspectos. Em 2020, o fechamento de empresas e o desemprego atingiram fortemente os nossos colegas. Por conta disso, a inadimplência cresceu e os pedidos de licença e cancelamento de registro se avolumaram. Além disso, a situação de pandemia no Estado impediu a ação fiscalizatória presencial. Mas mesmo assim é importante frisar que o CRA-RS não parou. Medidas alternativas foram tomadas para garantir que, ainda que de forma virtual, a fiscalização continuasse realizando o seu trabalho, e os números mostram que esse objetivo foi atingido.
Qual marca queres deixar para a sua gestão? O que podemos esperar nos próximos anos?
A marca que pretendo deixar nesta gestão é a de muito trabalho, sempre pautado pela ética, seriedade, responsabilidade e autêntico espírito público. Acredito que a honestidade da nossa conduta deve estar sempre refletida na transparência das nossas ações. Diante da complexidade de se administrar uma autarquia federal, dois anos podem parecer pouco tempo, mas são suficientes para provar que é possível fazer mais e melhor. E é exatamente isso o que faremos!