CRA-RS Recebe: a importância da mediação, arbitragem e gestão na recuperação judicial de sociedades empresárias
28/06/2023

CRA-RS Recebe: a importância da mediação, arbitragem e gestão na recuperação judicial de sociedades empresárias

A mediação e arbitragem na recuperação judicial de sociedades empresárias e o papel do profissional da área de Administração neste processo foram tema da edição do CRA-RS Recebe realizada na noite desta terça-feira (27) pela Câmara de Mediação e Arbitragem (CMA). O evento marca o início do cronograma de comemorações em homenagem aos 20 anos da Câmara, que serão completados em março de 2024.

Com duração de duas horas e a participação de mais de 100 pessoas, a edição teve como palestrantes a advogada Alessandra Fachada Bonilha, a juíza Aline Mendes de Godoy e o Adm. Luciano Hillesheim. A Coordenadora da câmara, Adm. Gisele Weisheimer foi a responsável pela mediação.

As palestras

Apresentada pelo Coordenador Adjunto da câmara, Adm. Cesar Sarmento, a advogada Alessandra Fachada Bonilha trouxe a visão dos operadores dos institutos de mediação e arbitragem na recuperação judicial. Considerando os ciclos de vida de uma empresa, ela reforçou que uma empresa sempre tem a possibilidade de fazer uma retomada e essa retomada está justamente no trabalho da recuperação. "Hoje se fala mais em mediação do que sobre arbitragem. A essência de uma recuperação é a negociação e a mediação nada mais é do que uma negociação assistida em que credor e devedor entram em acordo. Já no processo de arbitragem fica na mão de um terceiro decidir. Além disso, falando em termos práticos, o custo de uma mediação é relativamente mais baixo", disse.

A segunda palestrante da noite, a juíza Aline Mendes de Godoy, abordou os aspectos gerais das Leis 11.101/2005 e14.112/2020 sobre a recuperação judicial e a pré-mediação. Segundo ela, um longo caminho vem sendo percorrido desde a Lei de Mediação, com a difusão dos mecanismos de mediação. "Só temos a ganhar com a Justiça Multiportas, mas é importante falar sobre o quão fundamental é capacitar os profissionais que vão lidar com esse conflito como forma de garantir uma resposta adequada e efetiva no momento em que empresas procurarem os centros de resolução. Grandes expectativas foram criadas a partir da Lei 14.112/2020, mas elas podem ser frustradas se não houver investimento em formação", concluiu.

Apresentado pelo Adm. Gilberto Zereu, também da câmara, o último palestrante da noite, Adm. Luciano Hillesheim, falou sobre a importância da utilização dos MESCs e ferramentas de gestão nos processos de recuperação judicial, aliada à formação dos administradores de empresas. Segundo ele, o processo de reestruturação das empresas tem como principais motivos: problemas de governança corporativa, mudanças econômicas e instabilidade política, má gestão financeira e falta de inovação e adaptação. "Se a gente olhar hoje para a grade curricular do curso de Administração vai perceber que esse conhecimento está intrinsecamente ligado a projetos e processos de reestruturação, porque parte de bases como visão sistêmica, liderança, pensamento estratégico, gestão eficiente de recursos e adaptabilidade. Essa conjuntura no profissional da Área de Administração é fator determinante de sucesso em empresas em processos de reestruturação judicial", completou.

Participaram também os membros da (CMA), Adm. Hermes Machado e Adm. Márcio Cortês que conduziram o debate. O encerramento foi realizado pela Vice-Presidente de Relações Institucionais da autarquia, Adm. Luciana Barbosa.

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