Com o objetivo de compartilhar a experiência e os conhecimentos adquiridos na imersão "Inspirando Mulheres Empreendedoras", que ocorreu em abril na serra gaúcha, a Câmara da Mulher realizou nesta sexta-feira (04) mais uma edição do CRA-RS Recebe.
O encontro teve como palestrantes a Admª Nicéia Wüns, Admª. Odete Marcante Alves, Admª. Claudia de Souza Pereira Abreu e Admª. Helenice Rodrigues Reis. A mediação foi da Admª. Mônica Spinelli Couto Schneider, coordenadora da Câmara.
Empreendedorismo feminino
A Admª. Odete Marcante Alves, vice-presidente de Relações Externas da autarquia, abriu o evento falando sobre o papel das mulheres no mundo dos negócios e sua contribuição para a economia global. Segundo ela, o empreendedorismo feminino vem despontando de forma muito forte e consistente e há práticas para auxiliar mulheres a ter sucesso nos seus negócios. "Definir metas claras, buscar conhecimento e capacitação, construir rede de apoio, equilibrar vida pessoal e trabalho, compartilhar experiências e participar de comunidades empreendedoras são caminhos importantes para a gente conquistar espaços e enfrentar desafios".
Odete também reforçou a importância de somar forças. "Eu acredito que a colaboração entre mulheres empreendedoras e Profissionais de Administração fortalece o ecossistema empreendedor, impulsiona a inovação, promove uma representatividade maior da mulher no mundo dos negócios".
Sucessão familiar
O processo de transferência da liderança e da propriedade de uma empresa dentro da família também foi tema. A Admª. Claudia de Souza Pereira Abreu, presidente do Comitê de Ética do CRA-RS, falou sobre as boas práticas de sucessão. "Para uma empresa sem planejamento estratégico e sem um direcionamento de onde quer chegar, qualquer lugar vale. Quando isso existe, está bem direcionado e as pessoas sabem o que precisam fazer, passar de uma geração para outra pode ser um cenário tão positivo quanto foi no momento inicial do negócio".
Para ela, esse processo hoje é mais automático do que anos atrás. "Se consolidou que precisa ter sim, por exemplo, a formação profissional dos futuros sucessores e a ambientação no nicho de mercado da empresa".
Valorização da cultura local
A fala da Admª. Nicéia Wüns enfatizou a cultura local como potencial competitivo, porque refere-se à incorporação das características de determinada região em atividades empresariais. Segundo ela, durante a imersão, o grupo conheceu muitas mulheres que criaram seus negócios a partir da cultura local, resolvendo, inclusive, problemas da comunidade. "Isso é fonte de inspiração. Quando eu transformo o meu ambiente local, muitas pessoas se inspiram. Eu trago o que é global para o ambiente local a partir de pequenas mudanças."
E completou: "A gente pensa que inovar é difícil, porque precisa mudar o ambiente de negócios, reestruturar tudo. Na verdade, quando se fala de inovação dentro de ambiente local é, muitas vezes, melhorar processos, fazer algo um pouco diferente do que é feito naquele cenário".
Case Tramontina
Para encerrar o encontro, a Admª. Helenice Rodrigues Reis, contou sobre a visita a uma das fábricas da Tramontina. "Tivemos a oportunidade de conhecer muitos processos relacionados à Indústria 4.0 e também à produção de panelas feitas por robôs, resultado do trabalho das pessoas e de muita tecnologia."
A Administradora explicou, ainda, sobre o projeto "Tramontina Transforma", focado na preservação de florestas, reciclagem, uso consciente de água e energia, logística reversa e economia circular. Para ela, foi uma grande oportunidade de imersão em uma das empresas mais diversificadas do Brasil. "Estamos falando de um negócio que está presente em mais de 120 países, com mais de 22 mil itens no seu portfólio, mais de 10 mil funcionários e mais de 775 robôs espalhados por todas as áreas. É o case de uma empresa que consegue se renovar continuamente, sempre mantendo seu propósito e conquistando novos clientes".