Debate sobre liderança humanizada aquece a 2ª noite do evento Programa Carreiras do SEBRAE-RS
17/06/2021

Debate sobre liderança humanizada aquece a 2ª noite do evento Programa Carreiras do SEBRAE-RS

A segunda noite do Programa Carreiras, evento realizado pelo SEBRAE-RS, com patrocínio do Conselho Regional de Administração, teve como protagonistas a presidente do CRA-RS, Adm. Claudia Abreu, o mentor de líderes e atletas, Ronan Mairesse, o doutor e speaker em inovação, Alexandre Garcia, e o assessor de Gestão de Pessoas do Sicredi, Ricardo da Rosa.

Mediados pelo gerente regional do SEBRAE-RS, Ciro Vives, os profissionais se reuniram (respeitando todos os protocolos de segurança contra COVID-19), no Teatro do Sicredi, em Pelotas, para falar sobre liderança inovadora.

“Neste cenário tão volátil em que vivemos, acredito que a assertividade na comunicação, a flexibilidade, a disponibilidade para aprender e estar vulnerável para criar mais conexão com as pessoas são as grandes habilidades das lideranças inovadoras”, destacou Ricardo da Rosa. Ele contou que, por acreditar nas capacidades emocionais das pessoas, tão valiosas para as empresas da nova economia, o Sicredi construiu um menu de 15 habilidades desejáveis para seus colaboradores, que são desenvolvidas ao longo de suas jornadas.

“O canudo da liderança a gente não leva”, brincou Ricardo, se referindo à habilidade de gerenciar de forma inspiracional as pessoas.

A presidente do CRA-RS, Adm. Claudia Abreu, comentou sobre a necessidade de os líderes considerarem em suas gestões as pessoas como seres humanos indivisíveis. “Um líder precisa estar atento ao propósito das pessoas que fazem parte da empresa. Se seus valores conversam com os valores da companhia, porque isso faz a diferença no dia a dia de um time, na felicidade com que esse time vai desempenhar suas funções. O líder precisa ter a habilidade da empatia”, ponderou Claudia.

Na mesma linha da presidente da Autarquia, que acredita em uma liderança mais humana, Ronan destacou como característica importante para as lideranças do século 21 a humildade. “O grande inimigo de um líder é o ego, porque quanto maior é a distância entre o líder e sua equipe, maior é o declínio”, comentou ele. Ronan falou sobre o papel dos técnicos de futebol em campo, destacando que são fundamentais para motivar, acalmar e distensionar o ambiente para que as partidas corram bem. Nesse sentido, disse ele, a inteligência emocional e adaptativa se fazem muito necessárias para quem está à frente de pessoas, independentemente da área de atuação.

Navegue na direção dos seus medos

Alexandre Garcia trouxe para o debate o medo, sentimento que, de acordo com ele, anda lado a lado com as lideranças, principalmente no cenário atual, em que o planeta foi surpreendido por uma pandemia que impactou a economia e já vitimou quase 500 mil pessoas somente no Brasil. “O lugar mais seguro para você está dentro do seu medo”, disse ele.

Claudia complementou dizendo que, como observou Alexandre, o medo paralisa, mas ao mesmo tempo ajuda no nosso processo de superação. “Nesse momento, todos estamos passando por uma pandemia e em todas as áreas foi preciso vencer o medo para motivar as equipes, as pessoas que se sentiram paralisadas por esse medo. Os líderes estão, como bem destacou Alexandre, andando na direção dos seus medos para manter as pessoas e os negócios literalmente de pé”, ponderou Claudia.

O impacto do digital

É consenso entre os painelistas que a transformação digital, principalmente na pandemia, é mais um grande desafio das lideranças.

Para o especialista em Inovação, Alexandre Garcia, o trabalho remoto fez com que não fosse mais possível cuidar dos sentimentos das pessoas. “Perdemos o contato físico e com isso passamos a cuidar da tela. E a tela é fria. Esse é um grande desafio, porque não conseguimos olhar para os sentimentos dos profissionais. O líder precisa estar atento a isso, amenizar as cobranças e aprender a perdoar o outro se ele não está correndo na mesma velocidade dos demais, afinal, somos humanos e a vida profissional é parte da pessoal.”

Claudia encerrou destacando que a preocupação com o outro precisa ser o grande aprendizado da década. “Empatia, resiliência e olhar nos olhos. Gostar de pessoas é fundamental para o líder independe da área em que atua”.