Desafios dos sistemas e orçamentos marcam painel de Gestão da Saúde na XVIII FIA
05/12/2024

Desafios dos sistemas e orçamentos marcam painel de Gestão da Saúde na XVIII FIA

Aconteceu no final da manhã de quinta-feira (05) o painel de Gestão de Saúde no XVIII Fórum Internacional de Administração, realizado no Master Hotel, em Gramado. As painelistas foram a portuguesa Ana Escoval e a brasileira Admª. Andréa Prestes. A moderadora do painel foi a Admª. Claudia Abreu, conselheira e ex-presidente do CRA-RS.

Doutoranda em Ciências e Tecnologias da Saúde e Bem-Estar e mestre em Gestão da Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública - ENSP, Universidade Nova de Lisboa, Andréa apresentou o(a) Administrador(a) como agente de transformação do Sistema de Saúde Brasileiro. 

Ela listou alguns desafios dos sistemas de saúde: necessidades e recursos limitados, envelhecimento populacional, aumento dos custos, pandemia, ambiente altamente regulado e escassez de profissionais. Outro cenário desafiador é o custo dos sistemas nos hospitais e sobre quem gere tudo isso. “Há uma predominância de médicos e enfermeiros assumindo funções na gestão hospitalar”, alertou.

“Por que os Administradores não ocupam mais cargos na gestão hospitalar? É preciso aprofundar esse tema”, questionou. Andréa elencou possíveis motivos para isso: fragilidade na formação (profissionais sem competências específicas para a administração em saúde ocupando cargos de liderança), falta de luta por espaço e/ou oportunidade e a origem dos hospitais como um possível fator de interferência.

“A gestão hospitalar é como velejar: precisamos ajustar as velas conforme os ventos da política, orçamento e demandas para seguir no rumo certo”, ressaltou. Andréa também comparou a administração em saúde com construir pontes entre diferentes equipes e vivências. “Conecta talentos, alinha estratégias e transforma objetivos em resultados sustentáveis”, completou.

Andréa afirma que a solução não é tirar ninguém, mas sim somar médicos, enfermeiros, administradores e profissionais de outras áreas. Ela sugeriu uma transição de modelo de gestão, com sistemas focados na doença: saúde, integralização do cuidado e centralização na pessoa. 

“Essa transição reflete a mudança de um cuidado reativo, focado em tratar doenças, para um cuidado proativo, centrado na promoção do bem-estar e na prevenção, alinhado aos princípios de uma saúde mais inclusiva e sustentável”, destacou.  Andréa declarou que há espaço para a ciência na administração na área da saúde.

“Nosso lugar não precisa ser conquistado com imposição, mas com resultados. A saúde brasileira merece administradores preparados para liderar com eficiência, humanidade e propósito”, finalizou.

Licenciada em Economia e diplomada em Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa, Ana falou sobre a gestão da saúde e orçamentos por “objetivos de bem-estar”.

Ana destacou a importância de se investir em saúde. “Não é apenas uma escolha ética, mas também uma decisão estratégica e econômica que beneficia a sociedade, promovendo um futuro mais saudável e próspero para todos”, disse. 

Para promover o bem-estar das pessoas e do planeta, Ana declarou que sustentabilidade e gestão da saúde estão interligadas e são fundamentais. “A gestão da saúde requer liderança eficaz, planejamento estratégico, coordenação de recursos e uma abordagem centrada no paciente e na comunidade para garantir que os sistemas de saúde atendam as necessidades da população de forma abrangente e sustentável”, disse.

Financiar e investir em saúde é fundamental para o bem-estar da população e o desenvolvimento de um sistema de saúde efetivo. “A relação entre a gestão da saúde e os orçamentos públicos é um tema bastante complexo”, pontuou.

Para Ana, são necessários alguns passos para unir a gestão da saúde com o bem-estar de forma eficiente. É preciso ter foco nos resultados, priorização de intervenções preventivas para promover a saúde e o bem-estar ao invés de somente tratar doenças, transparência e prestação de contas, inovação e participação da comunidade.

“É fundamental a autonomia e a responsabilização do governo e dos órgãos de administração e gestão institucional. O financiamento na saúde deve ser visto como um investimento no desenvolvimento econômico, social e no bem-estar das comunidades”, ressaltou.

No entanto, a imprevisibilidade mundial, através de pandemias, mudanças climáticas e desigualdades impõe à gestão da saúde uma necessidade de adaptação constante. “Como os sistemas de saúde estão se organizando para atingir melhores resultados? A saúde sustentável é para todos”, concluiu.

Confira a programação completa do XVIII FIA no link abaixo:

Clique Aqui