
A Administração é o segundo curso com maior número de inscritos no ensino à distância (EAD) no Brasil – atrás apenas de Pedagogia, segundo dados do Censo da Educação Superior 2024, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Isso, por si só, já seria o suficiente para debater as dificuldades e os avanços da modalidade na área. E foi com esse intuito que a Câmara de Ensino do CRA-RS realizou o XVII Fórum dos Coordenadores dos Cursos da Área de Administração no Estado do Rio Grande do Sul na sexta-feira (31).
O evento, que aconteceu na sede do Conselho, teve como tema “EAD - Presente, Passado e Perspectivas Futuras”, e reuniu coordenadores de instituições de ensino (IEs) das mais diversas cidades do estado, como Pelotas, Passo Fundo, Santa Rosa, Caxias do Sul, Lajeado e Uruguaiana, entre outras.
A mediação do fórum ficou a cargo da coordenadora da câmara, Admª. Ione Sardão da Silva, enquanto a palestra foi conduzida pelos painelistas Adm. Diogo Simões Pires, Admª. Nadir Becker e Admª. Daiane Rodrigues Lopes. Coube ao presidente do CRA-RS, Adm. Flávio Abreu, e ao conselheiro federal pelo CRA-RS, Adm. Sérgio Rauber, a execução da abertura oficial da noite.
Aluno como figura central
Quem acompanhou o XVII Fórum, saiu com mais perguntas do que respostas acerca do EAD, mas também com algumas certezas, como:
- A qualidade do ensino depende do aluno;
- Embora tenha demorado para chegar, o marco regulatório do EAD, instituído pelo MEC em maio deste ano, veio para colocar ordem nas IEs;
- Existem diferentes definições de EAD (exemplo: aulas síncronas, assíncronas e híbridas);
- As interações serão cada vez mais importantes em sala de aula, seja ela virtual ou presencial.
A administradora Nadir Becker reiterou que “o aluno que quer estudar, estuda”, independentemente da modalidade na qual se encontra. Na sua opinião, existem duas questões norteadoras do EAD sob a perspectiva das IEs, que são estrutura (custo e investimento a serem feitos) e qualidade (do ensino ofertado). Ela destacou que é necessário avaliar quais professores têm o perfil para dar aula online, uma vez que nem todos possuem.
Contudo, Nadir enxerga o cenário de hoje com maior otimismo na comparação com o início da chegada massiva do EAD. "Ainda falta muito para atingirmos o nível dos países de primeiro mundo, mas estamos numa trajetória muito boa em nosso país se considerarmos como começamos".
Já o painelista Diogo discorreu a respeito do marco regulatório, o qual, segundo ele, “chegou para colocar ordem”. Porém, segundo o administrador, ainda não existe uma definição clara do que constitui o ensino à distância e que “cada avaliador do MEC pensa diferente”. Somente em 2025, ele contou que fez o reconhecimento de 20 cursos EAD.
Em uma de suas falas, Diogo fez uma analogia interessante, que poderia resumir o futuro: "Assim como se vendia mídia física na música e se descobriu que, na verdade, o que realmente se vendia era a música, talvez o nosso futuro seja vender interações ao invés de conteúdo”.
Terceira painelista da noite a participar, Admª. Daiane Lopes também abordou a importância do marco regulatório, destacando que “fortalece o aluno dedicado e interessado em aprender”, além de ajudar na avaliação final do curso. E na linha do que disse Nadir, ressaltou a relevância do papel do aluno.
"O aluno que vai em busca do seu protagonismo e de conhecimento se destaca, independentemente de ter estudado presencialmente ou EAD", frisou Daiane.
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