Aconteceu no início da tarde de sexta-feira (06) o painel de Gestão de Pessoas no XVIII Fórum Internacional de Administração no Master Hotel, em Gramado. Os painelistas foram Tadany Cargnin dos Santos e Eva Rosa Santos. O moderador foi o Adm. Francisco Almeida Costa, conselheiro federal e diretor da Câmara de Administração e Finanças do CFA.
Atuando no cargo de Globalization Champion na IBM India, Tadany Cargnin dos Santos apresentou o tema “Estabelecendo um cenário para a IA no RH”. Segundo pesquisa, quem adotou o IA na organização de RH teve maior eficiência e economia de custos. “Menos custos, mais funcionários atendidos e menos tempo que os funcionários de RH gastam em tarefas repetitivas e redundantes”, apontou.
No impacto da IA nas métricas de RH, também houve redução na taxa de rotatividade voluntária, aumento de vagas preenchidas por candidatos internos, maior taxa de retenção em 12 meses e tempo mais rápido para diminuir espaço entre necessidade de habilidades e treinamentos. “Existe uma carência de talentos. Isso é muito importante. Se você se acha um talento, então você não é”, disparou.
Outros destaques que o estudo apresentou foram as organizações alcançarem o melhor desempenho de RH à medida que amadurecem na adoção da IA na organização. As organizações que otimizaram a IA em RH são mais eficazes no apoio à empresa mais ampla na tomada de decisões relacionadas ao talento.
O painelista citou dois facilitadores do sucesso da IA: a implementação “ponta a ponta”, que permite que os dados fluam perfeitamente entre os processos e uma estratégia de TI que integre IA, “nuvem” e modernização de aplicativos – que cria um ecossistema tecnológico coeso. “A colaboração humana eficaz com as máquinas faz a diferença”, afirmou.
As taxas de adoção de IA são semelhantes em diversas áreas da organização de RH. “Novos talentos com modelos antigos não combinam”, ressaltou. A pesquisa também mostra que a porcentagem de pessoas com melhor desempenho aumenta com o nível de adoção de IA em RH. Quem adota a inteligência artificial apoia efetivamente a empresa na tomada de decisões.
“A IA influencia positivamente as relações com funcionários atuais e futuros. Alcançar os objetivos estabelecidos com a IA leva tempo”, destacou Tadany. Ele destacou que as empresas têm investido em competências técnicas (ciência de datos, machine learning) e comportamentais (resolução de problemas, pensamento crítico) para apoiar iniciativas de IA em RH. Ele também ressaltou que investir em IA cobra um preço.
“As organizações estão sentindo o impacto da IA e da automação. As pessoas estão sofrendo para entender seus papéis nesta nova era. Sem risco, não há progresso”, concluiu.
Licenciada em Psicologia Social e Organizacional e com experiência profissional de 25 anos na área de Capital Humano, a angolana Eva Rosa Santos falou sobre a importância do segmento. Para ela, os desafios atuais enfrentados pelas lideranças são engajar equipes remotas e híbridas, reter talentos em um mercado competitivo e se adaptar às mudanças rápidas e constantes.
Eva destacou as mudanças e tendências no contexto da gestão de pessoas, como o foco na representatividade, o impacto da tecnologia na gestão e a prioridade da saúde e bem-estar no ambiente de trabalho. “As empresas são tão fortes quanto as pessoas que a constroem, nutrem e se apoiam”, pontuou.
Eva falou sobre o papel da liderança humanizada: “valoriza as pessoas como recursos e não apenas como indivíduos”, explicou. Ela também destacou a importância da empatia, escuta ativa e confiança, e citou um provérbio africano: “Para ir depressa, vai sozinho; para ir mais longe, vai acompanhado”.
A painelista dividiu a liderança humanizada em quatro pilares: cuidar (criar um ambiente de apoio genuíno), crescer (investir no desenvolvimento contínuo das pessoas), consolidar (implementar práticas que sustentam a cultura organizacional) e conquistar (transformar equipes em agentes de impacto).
Também são quatro conceitos que dividem o método “inspira” desenvolvido por Eva: focar no autocuidado e no equilíbrio emocional (cuidar), desenvolver competências e habilidades essenciais de liderança (crescer), alcançar os objetivos e metas pessoais e profissionais (conquistar) e criar uma base sólida (consolidar).
A angolana apresentou estratégias para melhorar a gestão de pessoas, como o planejamento estratégico de talentos, cultura de feedback e reconhecimento e programas inovadores. “Devemos fazer uma avaliação contínua e desenvolvimento de competências, criando um sistema de feedback que motive. Além disso, precisamos criar iniciativas de diversidade, equidade, inclusão e coaching nas empresas”, frisou.
Eva refletiu a responsabilidade dos líderes nas organizações. Os gestores são responsáveis diretos pela motivação no trabalho. A falta de reconhecimento e o estilo autoritário são alguns dos principais fatores de desmotivação nas pessoas e equipes. “Que liderança você aplica? Que liderança você quer ser?”, questionou.
A painelista concluiu afirmando que a gestão de pessoas é um diferencial competitivo, a liderança humanizada promove inovação e engajamento e o método inspira é um guia prático para transformar equipes. “O líder pode fazer diferença”, ressaltou.
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