Foi realizado na tarde de sexta-feira (06) o painel Mulheres nos Negócios no Master Hotel, em Gramado. As painelistas foram Nájala Maitê Ferreira, a Admª. Vanilsa Silvano e Rujuta Jagtap. A moderadora foi a Admª. Fabíola Eggers, gerente de relações institucionais na empresa Fruki Bebidas.
Com vivência Internacional de 10 anos no mercado angolano, Nájala Maitê Ferreira apresentou o tema “Mulheres de Negócio: O Papel da Mulher Empresária e Empreendedora na África”.
Ela começou falando sobre os desafios da mulher empresária no continente africano. “Apesar de contribuições significativas, elas enfrentam vários desafios, como o acesso limitado a financiamento, à formação e aos mercados”, criticou. Na África Subsaariana, as mulheres têm menos possibilidades de ter uma conta bancária e acessar o crédito formal em comparação aos homens.
Nájala também abordou o papel da mulher angolana na rede de mulheres africanas. O país foi o 28° a aderir a plataforma, criada em 2017 pela União Africana e com o apoio do governo da Alemanha. A organização da mulher angolana salvaguarda os interesses da mulher na sociedade do país e combate a discriminação da mulher.
As organizações da sociedade civil de apoio à mulher empresária e empreendedoras começaram com a primeira ASSOMEL (Associação de Mulheres Empresárias de Luanda), em Luanda, nos anos 1990. Em 2001, foi criado o FMEA (Federação de Mulheres Empresárias de Angela). Atualmente, a federação reúne dezoito associações provinciais de mulheres empresárias e empreendedoras.
Nájala apresentou um estudo de uma associação global onde, dentre 43 países, a Angola é a nação com mais mulheres empreendedoras. Mais da metade aderiu ao empreendedorismo. “A Angola é um mercado de oportunidades”, ratificou.
Empreendedora de sucesso da segunda geração da empresa pioneira SAJ TEST PLANT PVT LTD na Índia, Rujuta Jagtap apresentou o tema “Quebrando o Teto de Vidro: Mulheres nos Negócios”. Ela abordou os problemas da indústria dominada pelos homens no país. “Tenho que dar créditos para a minha mãe, que convenceu o meu pai. Quando comecei, só existiam secretárias. Não existiam cargos maiores”, relembrou
Outros fatores limitantes no começo da jornada de Rujuta, quando trabalhava em uma empresa familiar, foi o baixo nível de diversidade nas funções, falta de oportunidades no trabalho e o desafio de lidar com várias gerações em uma empresa familiar. “O mercado de contratações era bem difícil”, disse.
Rajala continuou relembrando sua trajetória, ocupando posições de destaque para retribuir à sociedade. Ela foi a primeira mulher presidente da Câmara de Cómercio Indo-Americana, primeira membro do conselho do MCCIA e diretora independente da PRAJ, uma empresa de capital aberto de biocombustíveis que também atua no Brasil.
Ela destacou as semelhanças entre Índia e Brasil. “É a segunda vez que visito o país, a primeira no sul. Há um calor e jeito de negociar que devemos aprender com o Brasil”, elogiou.
A painelista listou algumas coisas que as mulheres desejam no ambiente de trabalho e de negócios, como igualdade salarial e de gênero, acordos de trabalho flexíveis e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “Precisamos acelerar isso”, destacou.
Programas e esquemas governamentais, habilidades de liderança, desenvolvimento e treinamento de habilidades, plataformas de empreendedorismo e iniciativas corporativas são algumas das iniciativas que o governo da Índia está promovendo para promover a participação das mulheres. Rajala concluiu que as contribuições das mulheres para a força de trabalho podem adicionar US$ 14 trilhões à economia do país.
Mentora empresarial, empresária e colunista do Jornal Brazilian Times nos Estados Unidos, Vanilsa Silvano apresentou o tema “Mulheres nos Negócios: Transformando desafios em oportunidades”. “Há um crescimento impressionante, contribuição significativa e diversidade de setores”, afirmou.
De acordo com pesquisa do PNAD contínua, são mais de 9 milhões de postos de trabalho. As mulheres empreendedoras geram 40% da renda familiar. “O empreendedorismo feminino traz soluções criativas e inclusivas”, refletiu. Vanilsa citou alguns desafios das mulheres no negócio, como o preconceito de gênero, o acesso financeiro e o equilíbrio entre vida e trabalho.
Vanilsa listou quatro estratégias de crescimento e superação: comunidades colaborativas, mentoria e coaching, planejamento financeiro e apoio emocional. A empresária destacou a força das conexões e os movimentos que transformam desafios em oportunidades através de atributos como o autodesenvolvimento, liderança, pertencimento e comunidade.
“Quem se conhece, lidera com propósito. A liderança transforma desafios em conquistas. Pertencer é crescer juntas. Conexões fortalecem e impulsionam trajetórias. Desafios geram oportunidades. A força do coletivo é capaz de transformar realidades”, pontuou.
Vanilsa concluiu a apresentação com uma pergunta: “Qual é o legado que você quer deixar?”
Depois do painel, foi exibido um vídeo celebrando os 60 anos da profissão de Administrador, que serão completados em 2025. Na sequência, o vice-presidente do Conselho Federal de Administração, Adm. Gilmar Camargo, fez um rápido discurso para falar sobre o jubileu dos 60 anos da profissão. Ele afirmou que o CFA prepara 10 projetos e 10 iniciativas para o ano que vem a fim de celebrar a ocasião, como a realização do ENBRA e do FIA.
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