Plenária com Audiência Pública promove debate sobre resoluções do CFA
08/08/2017

Plenária com Audiência Pública promove debate sobre resoluções do CFA
Nesta sexta-feira (04/08) a sede do CRA-RS foi cenário de debate com uma plenária e audiência pública fazendo parte do CRA Recebe do mês de agosto. Com a presença do presidente do Conselho Federal de Administração – CFA, Adm. Wagner Siqueira e do diretor da Câmara de Formação Profissional do CFA, Adm. Mauro Kreuz, a discussão se deu a partir dos assuntos em pauta da profissão, destacando a concepção do novo escopo profissional em Administração no Sistema CFA/CRAs. A presidente do CRA-RS, Adm. Claudia Abreu ressaltou a honra em sediar esse momento e exaltou a expectativa de sair com mais clareza em relação às resoluções.
 
O presidente do CFA, Adm. Siqueira, conduziu os trabalhos com um questionamento ao público em relação ao posicionamento dos participantes. Nesse sentido, o conselheiro do CRA-RS, Adm. Fernando Milagre, apontou que falta clareza do que realmente é o Sistema, se estamos falando de Administradores ou se nos referimos à profissão de forma mais abrangente. “Carecemos de insumos e subsídios para entender essas resoluções. O que pode, o que não pode, o que é atribuição de um Administrador, de um mestre, de um doutor ou tecnólogo. A discussão é muito ampla e nos perdemos em pontos específicos”, destacou, acrescentando que os jovens hoje perguntam sobre o que o CRA faz para proteger seu emprego. “O que vai acontecer com a profissão daqui há 5, 10, 15 anos? Se continuarmos agindo sempre da mesma forma, sem pensar diferente, vamos perder o espaço na sociedade”, disse. 
 
O público foi contundente em relação ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 439, que dispõe sobre o exercício de atividades nos campos da Administração, levantando que é preciso a cobrança e obrigatoriedade do registro. Sobre isso, a conselheira da autarquia gaúcha, Adm. Izabel Cristine Lopes, destacou que ficou muito feliz quando foi lançada o PLS 439, mas em compensação, não compreendeu o sentido de resolução nº 512, que permite o registro de Mestres e Doutores em Administração nos Conselhos Regionais de Administração. “Hoje eu conheço químicos dando aulas de Administração e com essa decisão isso será cada vez mais comum. Não podemos só pensar em reserva de mercado, estamos trazendo outros profissionais para atuar na nossa área. Não identifico benefício nisso”, analisou, destacando que hoje apenas 20% dos bacharéis se registram e questionando: “o que está sendo feito com os outros 80%? O PLS 439 é o grande diferencial para trazer os estudantes para o Conselho”. Sobre o assunto, o também conselheiro do CRA-RS, Adm. Rogério de Moraes Bohn lembrou que com a 512, o sistema CFA/CRAs será o único conselho a aceitar profissionais de outras áreas. 
 
O presidente da Câmara de Fiscalização do CRA-RS, Adm. Luiz Klippert, trouxe ao conhecimento do público os pontos chaves que foram discutidos em plenária. “Se já enfrentamos sérias dificuldades em atender e agir em favor dos Administradores. Muito mais essa situação se intensificará com a abertura para registros profissionais oriundos de formação de cursos sequenciais, de nível técnico e egressos de programa de mestrado e doutorado”, disse, acrescentando que a ideia não é ignorar a realidade, mas qualquer medida antes de ser tomada deve ser precedida de estudos que demonstrem impacto de sua vigência.  
 
O diretor da Câmara de Formação Profissional do CFA, Adm. Mauro Kreuz, explicou que que é na diversidade que é possível avançar. “As mudanças tiram os Administradores da zona de conforto.  Esses temas contemplados pelas resoluções são bem antigos, mas a partir desse mandato, resolvemos levar e consolidar essa questão na suprema corte que é o Conselho Federal de Administração. Resoluções não geram nenhum impacto negativo para a nossa profissão. Não viemos para convencer, viemos para esclarecer, melhorar, ampliar o debate e processar as informações”, destacou. Ele esclareceu que, em relação a 512, nada vai mudar, pois os mestres e doutores não vão atuar como Administrador, pois o Administrador atua de forma ampla e eles atuarão de forma especifica e restrita. “Assim como o técnico não tira nosso papel, pois ele é auxiliar, assistente do Administrador”, disse. O membro da Câmara de Gestão Pública, Adm. Flávio Cardozo de Abreu, questionou o que se podia fazer antes e o que se pode fazer depois da 512 em relação à fiscalização. O Adm. Kreuz explicou que antes não podia fiscalizar o que já existia na área, agora, com a resolução, é possível. 
 
O presidente do CFA, Adm. Siqueira, exaltou que é uma estratégia política para fortalecer o domínio profissional. “Esse mestre e doutor já está formando Administradores, não vai mudar nada. Precisamos entender que o conselho não é do Administrador e sim da Administração. Defender o Administrador é papel do Sindicato”, ressaltou. Ele apontou que o Rio Grande do Sul é um Conselho especial e que tem uma trajetória exemplar e por isso é preciso esclarecer que não está se inventando moda sem dados e fatos, mostrando os números dos registros em nível nacional.